domingo, 15 de setembro de 2013


Benfeitora
A dor tem sido, em todas as épocas da humanidade, uma constante entre os seres.
Instala-se de forma inesperada e passa, a partir daí, a ser o centro das atenções, modificando planos, alterando rumos.
Quando detestada, suas reacções são violentas, tornando-se ainda mais forte. Quando aceita, seus efeitos são muitos mais brandos.
A verdade é que a dor se faz conhecida de todos e ninguém pode impedir-lhe a presença.
Ela assume as mais variadas facetas e depois de encerrar um ciclo, prepara-se para a próxima oportuna aparição.
Ora são as dificuldades económicas que afligem, ora a solidão afectiva que o dinheiro não consegue aplacar.
Ali, é o ódio que dilacera os tecidos íntimos do ser, acolá são as garras das enfermidades irreversíveis que reduzem a pó as mais sinceras esperanças.
São amores que partem para o outro plano da vida, sem nem mesmo dizerem um último adeus. São mentiras que destroem sonhos e afastam corações amigos.
A dor, como ferramenta divina de depuração, submete e atinge, sem excepção, todas as criaturas.
Os prepotentes, que a desconsideram, não chegam ao termo da jornada sem experimentar-lhe a companhia.
Os orgulhosos, que a desprezam, considerando-se inalcançáveis, encontram-na logo adiante.
Seu cerco é invencível.
Instrumento da lei de Deus, a dor serve como benfeitora anónima que a todos visita.
Sua acção não é resultado do acaso, tampouco pode ser considerada como uma ocorrência injusta.
Nossas atribulações nada mais são do que consequências de equívocos do passado, exigindo a devida reparação e o respectivo resgate.
São repercussões da violação das leis divinas.
São ocasiões benditas de aprendizado.
Você, que conhece Jesus, receba essa benfeitora sem rebeldia, sem lamentações.
Aproveite essa oportunidade para despertar para novos valores da vida, que permanecem desprezados.
A dor, que a muitos amesquinha, humilha e atordoa, deve constituir estímulo de crescimento e evolução, a fim de que você alcance a grande vitória sobre si mesmo.
Não tema. Não se deixe dominar pelo sofrimento e pela sensação de auto-comiseração.
Quando um motivo de dor ou de contrariedade o atingir, eleve-se acima das circunstâncias, dominando os impulsos de impaciência, de cólera ou de desespero.
Você pode, pela própria vontade, domar ou vencer a dor, ou, pelo menos, fazer dela meio de elevação.
A dor serve para polir, lapidar, esculpir e edificar as verdadeiras qualidades do espírito imortal.
Lembre-se: bem-aventurados os aflitos porque têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a sua submissão à vontade de Deus. E porque passada a tempestade, eles terão as alegrias que lhes faltam na terra.
Pense nisso!
A dor será necessária enquanto os homens não pautarem seus actos, pensamentos e palavras de acordo com as leis eternas.
Todas as aflições do presente são frutos de um passado equivocado.
Nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor são condições essenciais à felicidade.
Há pessoas que detém tudo o que falta a outros e também não se sentem, felizes.
Utilize a fé como remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do infinito, ante os quais se esvaem os poucos dias de sombra do presente.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nos livros: Momentos de felicidade, O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Problema do Ser, do Destino e da Dor.

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