terça-feira, 28 de julho de 2015

Cheng Man Ching

TAICHI




O ensinamento vivo


Era um dia de sol. Mãe e filha saíram a passear.
Pararam defronte a uma construção.
O trabalho era incessante. Máquinas, sob a direcção de homens habilitados abriam enormes crateras para os alicerces, no chão duro. Veículos pesados transportavam terra daqui para ali, com rapidez e segurança.
Pedreiros já estavam a postos, sob comando vigilante dos técnicos que orientavam os trabalhos.
O engenheiro chefe, vendo-as tão atentas se aproximou e porque fosse indagado, esclareceu:
O investimento que está sendo feito neste local é muito grande. O projecto é de um edifício de grandes proporções, possivelmente um dos mais altos da cidade.
Muitas centenas de trabalhadores especializados serão convidados a colaborarem em toda a sua estrutura, até o acabamento final.
Precisaremos de carpinteiros, vidreiros, pintores, canalizadores, electricistas, decoradores para completar o serviço. Qualquer construção precisa de um grande número de profissionais.
A garota estava impressionada e comentou:
Quanta gente para pensar, cooperar e servir!
Sim, disse o técnico, construir é sempre muito difícil.
Mãe e filha continuaram o passeio e após algumas quadras, chegaram em frente a uma casa em demolição. Ali havia somente um homem, empunhando um gigantesco martelo.
Ele batia nas paredes de alvenaria e madeira e elas ruíam, com estrondo, de forma muito rápida.
Lembrando o trabalho grandioso da construção que acabara de ver, a menina exclamou:
Como é terrível arruinar tão rapidamente o trabalho de tantos.
Foi então que a mãe, sempre atenta para as questões da educação de sua filha, falou:
Pois é, minha filha, toda realização útil na terra exige paciência e suor, trabalho e sacrifício de muita gente. Construir, edificar é muito difícil.
Mas, como você pode ver, destruir é sempre muito fácil.
Uma pessoa com um martelo na mão destrói o esforço de muitos.
A crítica que usamos contra o nosso semelhante é como o martelo na velha construção: destruidora.
Quando ficamos a ver defeitos nas obras alheias e nos entregamos à crítica, estamos destruindo. E, normalmente, sem oferecer nada melhor em troca.
Pensemos, antes de criticar, agredir e prejudicar. Se o nosso intuito é o de ajudar, apontemos as falhas, sim, mas sobretudo apresentemos soluções.
Pense nisso!
Quem deseja ajudar, não se satisfaz em apontar erros nas pessoas e nas instituições porque esta é a crítica que destrói.
Quem deseja ajudar, apresenta opções de melhoria moral a fim de que o outro tenha opções para buscar a própria renovação.
Quem pensa em auxiliar, arregaça mangas, coloca mãos à obra, olha para o companheiro do lado e convida: vamos construir um lugar melhor para nós e para todos?

Pense nisso!

(Momento de Reflexão)

sábado, 4 de julho de 2015

PROTEÇÃO DA ALEGRIA



Passo 1: Preparação 
“Para os primeiros sete dias, o primeiro passo: Deitado na cama, ou sentado, apague a luz, fique no escuro.
Passo 2: Lembre-se de um Momento Gostoso
Lembre-se apenas de algum momento gostoso que você tenha experienciado no passado. Qualquer momento gostoso – basta escolher o melhor. Isso pode parecer bem comum...porque às vezes coisas extraordinárias acontecem em bases bem comuns.
Você está apenas tranquilamente sentado, não fazendo nada e a chuva está caindo sobre o telhado...o cheiro, o som... você está circundado e alguma coisa clica. Você está num momento sagrado. Ou um dia andando pela rua, subitamente a luz do sol cai sobre você vindo por detrás das árvores... e clique! Alguma coisa se abre. Por um momento você é transportado para um outro mundo.
Uma vez que você escolheu o momento, prossiga com ele por sete dias. Apenas feche seus olhos e reviva-o. Penetre nos detalhes. A chuva está caindo sobre o telhado...  gota à gota – o som...o cheiro... a própria textura do momento... um pássaro está cantando, um cachorro latindo...um prato que caiu e o som...
Penetre em todos os detalhes, de todos os ângulos; multi-dimensionalmente, de todos os sentidos. Cada noite você irá perceber que você está se movendo mais profundamente nos detalhes – coisas que você pode até mesmo ter perdido no momento real, mas que sua mente registrou. Tenha você perdido ou não o momento, a mente prossegue registrando.
Você chegará a sentir nuances sutis das quais você não estava ciente que tinha experienciado. Quando sua consciência é focalizada naquele momento, o momento estará aí novamente. Você começará a sentir novas coisas. Você irá subitamente chegar a reconhecer que eles estavam aí, mas que você os havia perdido no momento. A mente, porém, grava tudo. Ela é uma serva bem confiável, tremendamente capaz.
Pelo sétimo dia você será capaz de ver tão claramente que você sentirá que nunca tinha visto algum momento real tão claramente como esse.
Passo 3: Segunda Semana: O Clima de Alegria
Após sete dias faça o mesmo, mas acrescente mais uma coisa. No oitavo dia, sinta o espaço ao seu redor; sinta que o clima está circundando você de todos os lados...até uns 90cm. Sinta apenas uma aura rodeando você nesse momento. No décimo quarto dia você irá ser capaz de quase estar num mundo totalmente diferente, embora consciente de que além desses 90 cm um tempo e uma dimensão totalmente diferentes estão presentes.
Passo 4: Terceira Semana: Viva o Momento
Depois a terceira semana, algo mais precisa ser acrescentado. Viva o momento, fique rodeado por ele e, agora, crie um anti-espaço imaginário. Por exemplo, você está se sentindo muito bem; até por 90 cm você está rodeado por essa bondade, por essa divindade. Agora pense numa situação – alguém oinsulta, mas o insulto só chega até no limite. Existe uma cerca e o insulto não pode penetrar em você. Isso vem como uma flecha... e cai lá. Ou lembre-se de algum momento triste: você está magoado, mas essa mágoa chega até a barreira de vidro que o rodeia e cai aí. Isso nunca o atinge. Você será capaz de ver – se nas primeiras duas semanas tudo foi bem – na terceira semana, na qual tudo chega até o limite de 90 cm e nada penetra em você.
Passo 5: Quarta Semana: Carregue a Aura por Toda Parte
Depois, a partir da quarta semana, conserve essa aura com você; indo ao mercado, falando com as pessoas, tenha-a continuamente em mente.
Você ficará tremendamente emocionado. Você se moverá pelo mundo tendo seu próprio mundo, um mundo particular, continuamente com você.
Isso lhe tornará capaz de viver no presente, porque, de fato, você está sendo continuamente bombardeado por milhares e milhares de coisas e elas monopolizam sua atenção. Se você não tiver uma aura protetora ao seu redor, você fica vulnerável.
Um cachorro late: de repente a mente é puxada nessa direção. O cachorro chega na memória. Agora você tem muitos cachorros na memória do passado. Seu amigo possui um cão: agora do cão você vai para seu amigo. Depois para a irmã do amigo com quem você se apaixonou. Agora começa toda a besteira. O latido desse cachorro aconteceu no presente, mas lhe conduziu para algum lugar no passado. Isso pode o levar para o futuro – não há nenhuma maneira de parar. Qualquer coisa pode conduzir a qualquer coisa; isso é muito complicado.
Portanto, a pessoa necessita de uma aura protetora, circundante. O cão prossegue latindo, mas você permanece em si mesmo – enraizado, calmo, quieto e centrado.
Passo 6: Abandonando a Aura
Carregue essa aura por alguns dias ou por alguns meses. Quando você perceber que agora ela não é mais necessária, você pode abandoná-la. Uma vez que você sabe como permanecer aqui-agora, uma vez que você desfrutou a beleza disso, a tremenda alegria disso, você pode largar essa aura”.
Osho: Be Realistic: Plan for a Miracle